Alexandre Schawrzbold

Câncer de próstata e o Novembro Azul

Como todo mês, nas datas comemorativas, criadas para aumentar a conscientização de importantes doenças com impacto em saúde pública, trago à luz um pouco dos dados e problemáticas do agravo desse mês para contribuir com mais informação.

 
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E, é por falta de informação e preconceito que muitos homens deixam de fazer exames que poderiam detectar o câncer de próstata a tempo de curá-lo. Tratamentos que dependem da detecção precoce, sendo essa a melhor estratégia para controlar as quase 16 mil mortes ao ano causadas pela doença.

 
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é hoje a segunda neoplasia mais comum entre os homens (um terço dos tumores incidentes no sexo masculino) e está atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Os números do instituto indicam 65 mil novos casos da doença em 2020.


Toque retal, PSA e o diagnóstico precoce

O exame do toque retal é o único meio de acesso não cirúrgico à disposição do médico para alcançar a próstata e sentir se há alterações no tamanho ou na consistência do órgão, e o procedimento é muito mais simples do que os exames ginecológicos preventivos feitos pelas mulheres todo ano.

 
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, o rastreamento é feito por meio de exame de sangue, da dosagem de antígeno prostático específico, o famoso PSA, e do toque retal, que deve ser feito a partir dos 45 anos por todos os homens e a partir já dos 40 anos para aqueles da raça negra ou que têm história de câncer da próstata na família.

 
Alterações indicadas pelo toque, mas também pelos exames clínico e de sangue podem levar o médico a pedir outros mais complexos como exames de imagem e biópsia. Mas aqui o dado mais positivo: se diagnosticado na fase inicial da doença, a chance de cura definitiva do câncer é próxima de 90%!


Tratamento e decisão de todos

Após estabelecido o diagnóstico e o estadiamento (avaliação da extensão da doença), os médicos urologistas e oncologistas devem definir o melhor tratamento para cada caso. Tratamentos como radioterapia ou cirurgia, bloqueio hormonal ou quimioterápicos e mesmo uma observação vigiada podem ser alternativas, de acordo com a extensão e as características da doença e podem curar ou controlar a maioria dos tumores localizados.

 
Portanto, todos os homens a partir dessas idades devem procurar atendimento nas unidades básicas de saúde (UBS) espalhadas pelo Brasil, a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Devem ser examinados pelo seu médico de família e, diante de alteração do exame clínico e de sangue, serem encaminhados com prazo curto de, no máximo, 3 meses a um especialista em hospital terciário para avaliação mais aprofundada.

 
Está nosso SUS local ou regional, cumprindo esse prazo e o processo de investigação da doença? Está nossa atenção primária avaliando os homens da faixa etária com os exames recomendados? Estão todos os homens da faixa etária procurando os serviços de saúde para serem examinados e diagnosticados em tempo adequado?


Covid longo

Na próxima coluna, quero voltar a esse tema que tem sido ainda objeto de preocupação em nosso meio e o qual tive o prazer de discutir junto com colegas europeus, com outros infectologistas, geriatras e cardiologistas em Madrid, Espanha, no mês passado. 


E sobre isso, pesquisa conjunta que nosso centro de pesquisa da UFSM fará com outros institutos de pesquisa brasileiros na avaliação da evolução dessa doença nas pessoas. Pretende, inclusive, ser o início de um grande metarepositório de integração de dados em saúde.


Vírus Nipah e alerta mundial

A partir de solicitações de alguns leitores, comentarei sobre o surto do vírus Nipah na Índia e os riscos de disseminação pelo mundo a partir de matéria que fiz para colega jornalista de Portugal, do grupo Medscape Education.

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